sexta-feira, 28 de maio de 2010

Inflação

Em economia, inflação é a queda do valor de mercado ou poder de compra do dinheiro. Isso é equivalente ao aumento no nível geral de preços. Inflação é o oposto de deflação. Inflação zero, ou muito baixa, é uma situação chamada de estabilidade de preços.

Em alguns contextos, a palavra inflação é utilizada para significar um aumento no suprimento de dinheiro e a expansão monetária, o que é às vezes visto como a causa do aumento de preços; alguns economistas (como os da Escola austríaca) preferem o primeiro significado, em vez de definir inflação pelo aumento de preços. Assim, por exemplo, alguns estudiosos da década de 1920 nos EUA referem-se a inflação, ainda que os preços não estivessem aumentando naquele período. Mas de um modo geral, a palavra inflação é usada como aumento de preços, a menos que um significado alternativo seja expressamente especificado. Outra distinção também se faz quando analisam-se os efeitos internos e externos da inflação: externamente, a inflação se traduz mais por uma desvalorização da moeda local frente a outras, e internamente ela se exprime mais no aumento do volume de dinheiro e aumento dos preços.

Um exemplo clássico de inflação foi o aumento de preços no Império Romano, causado pela desvalorização dos denários que, antes confeccionados em ouro puro, passaram a ser fabricados com todo tipo de impurezas. O imperador Diocleciano, ao invés de perceber essa causa, já que a ciência econômica ainda não existia, culpou a avareza dos mercadores pela alta dos preços, promulgando em 301 um edito que punia com a morte qualquer um que praticasse preços acima dos fixados.

A inflação pode ser contrastada com a reflação, que é ou um aumento de preços de um estado deflacionado, ou alternativamente, uma redução na taxa de deflação (ou seja, situações em que o nível geral de preços está caindo em uma taxa decrescente). Um termo relacionado é desinflação, que é uma redução na taxa de inflação, mas não o suficiente para causar deflação.

Processos inflacionários

Os processos inflacionários podem ser classificados, segundo algumas características como:

* Inflação prematura - processo inflacionário gerado pelo aumento dos preços sem que o pleno emprego seja atendido.
* Inflação reprimida - processo inflacionário gerado pelo congelamento dos preços por parte do governo.
* Inflação de custo - processo inflacionário gerado pelo aumento dos custos de produção.

Por causa de uma redução na oferta de fatores de produção, o seu preço aumenta, com o custo dos fatores de produção mais altos, a produção se reduz e ocorre uma redução na oferta dos bens de consumo aumentando seu preço. Ocorre, ceteris paribus, quando a produção se reduz.

* Inflação de demanda - processo inflacionário gerado pelo aumento do consumo com a economia em pleno emprego. Ou seja, os preços sobem por que há aumento geral da demanda sem um acompanhamento no crescimento da oferta.

Esse tipo de inflação é causada também pela emissão elevada de moeda e aumento nos níveis de investimento, pois, ceteris paribus, passa a haver muito dinheiro à cata de poucas mercadorias. Uma das formas utilizadas para o controle de uma crise de inflação de demanda, é um redução na oferta de moeda, que gera uma redução no crédito, e conseqüente desaceleração econômica. Outra alternativas são o aumento de tributos, elevação da taxa de juros e das restrições de crédito.

Há ainda aqueles que discutem a chamada inflação (por razão) estrutural, proposta pela CEPAL, que tem a ver com alguma questão especifica de uma determinado mercado, como pressão de sindicatos, tabelamento de preços acima do valor de mercado (caso do salário mínimo), imperfeições técnicas no mecanismo de compra e venda.

Outro tipo de inflação, também muito danoso, é a Inflação Inercial, onde há um circulo vicioso de elevação de preços, taxas e contratos, com base em índices de inflação passados. Quase na mesma linha, podemos citar ainda a Inflação de Expectativas, consequência de um aumento de preços provocados pelas projeções dos agentes sobre a inflação.

Distorções

A inflação é responsável por diversas distorções na economia. As principais distorções acontecem na Distribuição de Renda (já que assalariados não tem a mesma capacidade de repassar os aumentos de seus custos, como fazem empresários e governos, ficando seus orçamentos cada vez mais reduzidos até a chegada do reajuste), na Balança de Pagamentos (inflação interna maior que a externa causa encarecimento do produto nacional com relação ao importado o que provoca aumento nas importações e redução nas exportações), na Formação de Expectativas (diante da imprevisibilidade da economia, o empresariado reduz seus investimentos), no Mercado de Capitais (causa migração de aplicações monetárias para aplicações em bens de raiz (terra, imóveis), e também a Ilusão Monetária (interpretação errada da relação de ajuste do salário nominal com o salário real, que gera percepção de maior renda e consequentemente decisões equivocadas. As pessoas, julgando-se mais ricas, demandam mais bens e serviços e, com oferta a pleno emprego, causa inflação).

O papel da inflação na economia

Um efeito da inflação de pequena escala é que se torna mais difícil renegociar alguns preços, e particularmente contratos e salários, para valores mais baixos—então com o aumento geral de preços é mais fácil para que os preços relativos se ajustem. Muitos valores são bastante inelásticos para baixo, e tendem a subir; logo, os esforços para manter uma taxa zero de o nivel aumenta) irão punir outros setores com queda de preços, lucros e empregos. Por conta disso alguns economistas e executivos vêem essa inflação suave como um mecanismo de "lubrificação" do comércio. Segundo algumas escolas de economia, esforços para manter uma estabilidade completa de preços podem também levar à deflação (queda constante de preços), que podem ser bastante destrutiva, estimulando falências, concordatas e finalmente a recessão, que é o "descontrole" ou "descomando", da economia, alertado por Keynes, em sua obra que foi editada finalmente em 1936, conhecida desde então por todos os economistas do "Mundo das Ciências Econômicas".

Muitos na comunidade financeira lembram do "risco escondido" da inflação como um incentivo essencial para o investimento, ao invés da simples poupança, riqueza acumulada. A inflação, desta perspectiva, é vista como a expressão no mercado do valor temporal do dinheiro ou mais precisamente moeda, no chamado "economês" (linguagem da do mundo da ciência econômica). Ou seja, se um real hoje é mais valioso que um real daqui a um ano, devido à desvalorização dos meios de produção, fonte desse real, então, deve haver uma desvalorização também do real na economia como um todo, no futuro. Desta perspectiva, a inflação representa a incerteza ou sobre - valorização de "algo" que na verdade não existe, ou seja sobre o valor ou "renda, composta da e na moeda no e do futuro".

Segundo os economistas da Escola austríaca, a inflação (no sentido clássico), provoca efeitos sobre a estrutura de produção da economia. Numa re-acomodação, no que seria uma forma de dessa forma se fazer algo para socialmente se posicionasse redistribuindo rendas e causando uma desproporcionalidade sem rejeição, em relação ao volume de demanda para os vários setores da economia, o que Keynes, concorda, já que os preços não mudam todos juntos (ceteris paribus); e sim cada um com diferente intensidade econométrica. No caso de inflação monetária, da moeda, em si, em que a moeda é injetada no mercado de crédito(que é a moeda); o que acaba por se tornar em investimentos ineficientes aos que são criados, e o que leva finalmente, às crises econômicas.

A inflação, entretanto, além destas conseqüências tem vários outros efeitos crescentemente negativos na economia. Efeitos que se relacionam com o "abatimento" de atividade econômica prévia. Desde que a inflação é geralmente resultado de políticas erradas, governamentais; segundo Keynes, para aumentar a disponibilidade de moeda, pois a moeda TEM QUE SER REAL, dessa forma, a contribuição do governo para um ambiente inflacionário é vista como uma variação para mais ou para menos na chamada "taxa sobre a moeda em circulação", o "JURO", como controle ou COMANDO. Com o aumento ou diminuição da inflação; aumenta ou diminui, desse peso, sobre o dinheiro em circulação—isso por sua vez promove um aumento da velocidade, na fórmula de Keynes(vide obra), de circulação do dinheiro, mais precisamente ou econometricamente moeda, o que por sua vez reforça para mais ou para menos o processo inflacionário (veja teoria quantitativa da moeda) de Keynes, em um ciclo virtuoso ou vicioso, que pode levar à hiperinflação ou ao equilíbrio.

* A crescente incerteza pode desestimular o investimento e a poupança.
* Redistribuição
o Haverá redistribuição da renda, que se transfere progressivamente daqueles com rendas fixas (locatários, por exemplo) para aqueles com rendas mais flexíveis.
o De modo similar será beneficiado o indivíduo que emprestou dinheiro ou moeda, a uma taxa fixa, pois a política, como vimos acima é dinâmica, e será prejudicado, na figura do emprestador, que foi surpreendido pela inflação, muitas vezes se suicida, como em 1929.
* Comércio exterior: se a taxa de inflação for maior do que a praticada em outros países, uma tarifa fixa de comércio será solapada pelo enfraquecimento da posição do país na balança comercial.
* Aumento dos custos relativos a maior velocidade de circulação do dinheiro ou mais precisamente moeda(o exemplo simples é das pessoas que precisarão ir mais ao banco). Também devem ser considerados os custos, para empresas, da mudança continuada de preços (por exemplo, restaurantes que precisam constantemente refazer seus cardápios, ou cestas de aplicação financeira com vistas ao mundo real e não financeiro, com sua "ciranda").
* hiperinflação: ou "ciranda"(vide processo hiperinflacionário da Nova República Brasileira(1985- 1995), onde, se a inflação ficar totalmente fora de controle, interfere pesadamente no funcionamento normal da economia; prejudicando sua capacidade REAL da oferta de bens.

Numa economia em que alguns setores são "indexados" ou "REALIZADOS ou CORRIGIDOS, quanto à inflação e outros não, ... - a inflação age como uma redistribuição em sentido dos setores indexados(O REAL, que verdadeiramente está crescendo) e afastando-se dos setores não-indexados(os FALSOS, super valorizados, uma vez que a Economia se apresenta INVERTIDA, procure entender usando Cálculo Matemático, em quadrantes diferentes de desenvolvimento Econômico).

Por conta destes efeitos nefastos(em quadrantes diferentes, usando-se Matemática e o Cálculo da Econometria), os bancos centrais costumam definir a estabilidade de preços como um objetivo primordial de suas políticas, com uma inflação perceptível, mas baixa, como ideal.

Por outro lado, segundo alguns economistas de formação heterodoxa, tais como Celso Furtado, a inflação não é um fenômeno meramente monetário: sua raiz está na questão distributiva, como Keynes também afirma, entre os grupos sociais de uma economia. Isto é, a inflação de preços é o meio pelo qual os grupos sociais ligados às atividades produtivas dispõem para ampliar a sua apropriação do acréscimo de renda criado no processo de crescimento econômico, levando a economia para novos equilíbrios distributivos entre esses grupos. Conforme o argumento de Furtado, se a inflação fosse um efeito meramente monetário e neutro em relação ao lado real da economia (o lado da produção de bens e serviços), sem afetar a distribuição de renda, o aumento generalizado de preços deveria ocorrer de forma proporcionalmente simétrico para todos os setores da economia e não é o que é empiricamente comprovado, defendendo a teoria de Keynes.

Medição da inflação

A medição da inflação é feita através de uma grandeza denominada núcleo da inflação: mede o que os economistas chamam de "coração da inflação". O Banco Central do Brasil utiliza o modelo de médias aparadas: ou seja, excluem-se as altas e baixas mais expressivas. Em outras palavras, todo o índice é bom, o segredo científico, da verdade científica está em não ficar mudando de indicador(palavras do Ministro Delfim Neto) pois mais cedo ou mais tarde será corrigido esse índice pelo levantamento científico dos valores, pelos órgão científicos competentes.

Um outro modelo é o utilizado pelo FED (o banco central americano): aqui, são excluídos do cálculo os preços de itens mais sujeitos a choques de custo, como alimentos e energia.


Histórico do Quadro Inflacionário no Brasil

Os índices de inflação no Brasil são medidos de diversas maneiras. Duas formas de medir a inflação ao consumir são o INPC, aplicado a famílias de baixa renda (aquelas que tenham renda de um a seis salários mínimos)e o IPCA, aplicado para famílias que recebem um montante de até quarenta salários mínimos.

Até 1994 a economia brasileira sofreu com inflação alta, entrando num processo de hiperinflação na década de 80. Esse processo só foi interrompido em 1994, com a criação do Plano Real e a mudança da moeda para o real (R$), atual moeda do país. Atualmente a inflação é controlada pelo Banco Central através da política monetária que segue o regime de metas de inflação.

Índices da inflação (IBGE)


* Década de 1930 = média anual de 6%;
* Década de 1940 = média anual de 12%;
* Década de 1950 = 19%
* Décadas de 1960 e 1970 = 40%
* Década de 1980 = 330%
o Nota = Entre 1985 e 1994 as taxas da inflação no Brasil foram altas.
* Entre 1990 a 1994 =média anual de 764%
* Entre 1995 a 2000 = média anual de 8,6%
* Ano de 2004 = 7,60%
* Ano de 2005 = 5,69% (IPCA): limite máximo na meta oficial = 7%; objetivo do governo = 5,1%;

Especificamente, temos o seguinte quadro inflacionário pelo IPCA cheio, no período 1998-2009:

* 1998 = 1,65%
* 1999 = 8,94%
* 2000 = 5,97%
* 2001 = 7,67%
* 2002 = 12,53%
* 2003 = 9,3%
* 2004 = 7,6%
* 2005 = 5,69%
* 2006 = 3,14%
* 2007 = 4,46%
* 2008 = 12,08%
* 2009 = 4,31%

A moeda nacional do Brasil mudou de nome várias vezes, principalmente nos períodos de altos índices de inflação em tal país. Na maioria das renomeações monetárias, foram cortados três dígitos de zero, estratégia esta que impediu que um quilo de carne custasse cerca de quatro milhões de unidades da moeda vigente, por exemplo.

* Até 1942: Real (Réis)
* De 1942 a 1967: cruzeiro
* De 1967 a 1970: cruzeiro novo
* De 1970 a 1986: cruzeiro
* De 1986 a 1989: cruzado
* De 1989 a 1990: cruzado novo
* De 1990 a 1993: cruzeiro
* De 1993 a 1994: cruzeiro real e Unidade Real de Valor (URV)
* De 1994 até hoje: Real

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